Por Antognoni
Misael
No reino de Deus aquele que quer
ser o maior torne-se menor (Marcos 10:44). Sendo assim, observando a música dita
evangélica, não como adoração e louvor em seu fim, mas como meio, vejo algumas
distorções colossais entre o chamado sucesso à luz da Bíblia e "$uce$$o
Gospel":
- Sucesso seria não pensar em
$uce$$o. Mas buscando em primeiro lugar o reino, e compreendendo que o Senhor há
de suprir toda necessidade do artista cristão.
- Sucesso seria oferecer a
música a Deus com toda excelência e criatividade, mesmo que isso lhe faça
renunciar a sugerida “fórmula de mercado”, tentadora para quem quer
$uce$$o.
- Sucesso seria compreender que
a quantidade de público não significa nada diante de Deus, visto que se Deus lhe
quer cantando em uma congregação com 20 irmãos, não adianta sonhar com 20.000
aos seus pés. (Tem coisa melhor do que ser visto e aceito por
Deus?)
- Sucesso seria se enxergar como
miserável pecador, porém usado como instrumento de Deus para levar a Palavra
dEle através da canção.
- Sucesso seria poder cantar
juntos com os irmãos, e após o culto (Show) não ter que sair pela culatra
às pressas temendo os frenéticos fãs aos gritos de
idolatria.
- Sucesso seria amar o lugar
social e cultural cujo Deus o inseriu, e através da música lutar para conversão
da cultura à Ele. (Infelizmente ainda vejo sonhadores advindos do sucesso no
mundo na ânsia de estourar como cantor gospel nas rádios e Tv’s dos grandes
centros. Se estes cantores focassem no local em que foram colocados por Deus ao
invés de rádios, e TV’s, certamente a missão cultural evangelho seria vivida em
experiência pessoal e o nome de Jesus
Glorificado)
- Sucesso seria poder gravar
alguns CD’s pensando em abençoar pessoas, sem apego a fama, sem assessoria
comercial, mas de corpo e de coração.
- Sucesso seria terminar a vida
e mesmo notando que poucos ouviram suas canções, alegrar-se no Senhor por uma
alma salva através da Palavra cantada. (Uma alma salva vale mais que milhões de
"crentes" pulando no show de Gezuiz! Portanto acredite naquele irmãozinho que
canta Verdades com seu simples violão - Deus pode estar aprovando sua adoração e
reprovando a casa de Show lotada em nome dEle!!)
- Sucesso seria poder cantar
perseverando na doutrina como fazia a Igreja Primitiva, e não sofrendo vexames
com frases antropocêntricas e esquisitas. (Os Salmos nos ensinam muito bem, além
da criatividade, o lugar de Deus e o lugar do homem na
adoração)
- Sucesso seria não se deixar
virar um astro, mas tornar-se a cada dia um
missionário.
- Sucesso seria cantar e ver
pessoas quebrantadas ao perceberem a grandeza de Deus e o quão pecadoras são, e
não, surpreendê-las com chavões e frenesis típicos de um carnaval fora de
época.
- Sucesso seria não aceitar a
glória para si, mas se despir do personagem, do alto contrato, dos inadmissíveis
lucros. (Isso me faz lembrar um episódio verídico vivido numa cidade do sertão
da Paraíba onde um dito cujo exigiu o pagamento antes do show e
além disso descumpriu a própria cláusula que assinou ao trazer um grudo reduzido
e cobrar por um número maior)
- Sucesso seria escolher um
caminho estreito e apertado cujas canções cantem as Escrituras e não as
experiências. (Este caminho parece não agradar ao povão, aliás cantar “Quem tem
posto a mão no arado não pode mais olhar atrás” é "menos" empolgante do que
pular e dizer “Apaixonadoo, Apaixonadoo”!!)
- Sucesso seria aproveitar as
raras oportunidades oferecidas por canais televisivos para dizer ao povo que
eles são pecadores, e que se não reconhecerem Cristo como único e suficiente
Salvador, irão para o inferno. (Vi como uma vergonha as recentes aparições
dos evangélicos na TV; não vi nada de criativo nem tampouco de verdadeiro.
Enquanto um apresentador famoso dizia: “milhares de fãs comparecem ao festival
para verem seus ícones da música gospel” eu ratificava em mim: "eles não estão
entendendo nada", e profundamente me
envergonhava)
- Sucesso seria morrer pra si, e
mostrar com a vida e com sua música que Cristo vive em
si.
A grande verdade é que de muitos
anos acompanhando (por vezes de perto) este mundo da música evangélica, confesso
que já vi de tudo. Paguei caro (e não errarei de novo!) pra ver quem me
trouxesse um show super emotivo, mas vazio, e vi de graça quem me falasse e
cantasse a Graça de Deus e o Evangelho de Jesus. Não tenho dúvidas: têm
muitos fazendo $uce$$o, mas outros, que pela graça de Deus, entenderam que
em Cristo sucesso é ser pequenino, humilde, simples, usando da mais bela
e pura forma a sua arte a serviço do Reino.
Que Deus nos dê misericórdia
para que sejamos menores em Seu reino. “É necessário que Ele cresça e que eu
diminua”. (Jo 3:30)
Cansado da pobreza teológica,
poética, estrutural e instrumental da thurma do $uce$$o.
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