I TM 4:116

Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem. 1 TM 4:16

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Calvinismo e Luteranismo

Por Marcos Silva


A  poucos dias um irmão presbiteriano que trabalha na mesma corporação a que pertenço me perguntou sobre o que eu achava do Calvinismo e Luteranismo. Apesar de não ser teólogo ou expert no assunto, discutimos durante o serviço noturno, claro que com respeito mútuo, de forma amigável, produtiva e edificante sobre o assunto. Isso me incentivou a escrever de uma forma resumida e simples para os mais leigos, como eu, qual é a minha compreensão sobre o assunto, lembrando que os mais aptos também estão convidados a falar a respeito.
O Calvinismo Aconteceu na Suíça e teve como líder João Calvino. Calvino julgava Deus todo poderoso, estando a razão humana corrompida, incapaz de atingir a verdade. Segundo ele, o arrependimento não levaria o homem à salvação, pois este tinha natureza irremediavelmente pecadora. Formulou então a Teoria da Predestinação: Deus concedia a salvação a poucos eleitos, escolhidos por toda a eternidade, não importando nem mesmo a fé para obter a tão sonhada salvação, muito menos as obras ou a edificação pessoa como penitência para seus pecados. Nenhum homem poderia dizer com certeza se pertencia a este grupo, mas alguns fatores, entre os quais a obediência virtuosa, dar-lhe-iam esperança.

O Luteranismo aconteceu na Alemanha e teve como líder Martinho Lutero. A sua doutrina era: "Deus não nos julga pelos pecados e pelas obras, mas pela nossa fé", ou seja: A salvação não se alcança pela obra e sim pela fé, pela confiança na bondade de Deus e pelo sofrimento interior do fiel, e assim através da justificação pela fé, que o homem poderia ser salvo de seus pecados pela graça de Deus na medida que aprofundasse sua fé e escolhesse , por livre arbítrio, seguir a Deus através da Fé.

Então a diferença entre as duas ideologias era de que Lutero acreditava que o homem podia escolher seu destino perante Deus, de acordo com sua fé independente de obras, e para Calvino, o destino das pessoas  já estaria predestinado antes de expressarem sua fé ou fazerem boas obras, os que alcançariam a salvação já vinham ao mundo escolhidos.

Minha opinião

Discordar de um ou de outro não nos faz mais ou menos homens de Deus, tenho profundo respeito tanto por Calvino como por Lutero e creio piamente que foram homens enviados por Deus para fazerem a obra aqui, independente da forma de que um ou outro interpretava.
Se formos estudar a fundo a tese da predestinação veremos que essa tese serviu de base ideológica para o capitalismo, hoje disfarçado de novo Calvinismo, Calvino ensinava que ninguém pode saber se está predestinado ou não á salvação, a ser um dos eleitos por Deus, dizendo ainda que Deus "dá pistas" de Seus desígnios e uma delas seria a riqueza que alguém acumulasse e que seria a prova da sua eleição como predileto de Deus.
A tese de Lutero diz que a salvação é mediante a fé, independente das obras, ou seja : “Basta ter fé”, porém a bíblia diz que a fé sem obras é morta (Tg 2:14-26), e que seremos justificados segundo as nossas obras (RM 2:6).
Em parte concordo com Calvino quanto a predestinação, porém entendo que todos estão predestinado à morte eterna (Romanos 3:23 “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;”), porém a graça (Efésios 2:8 Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus”) redentora de Deus pregada por Lutero é que permite a ação do Espírito Santo para o convencimento e arrependimento.
Deus nos deu a capacidade de pensar e discernir o que é bom e agradável aos seus olhos. Se levarmos o Calvinismo ao pé da letra daremos azo aos mais “carnudinhos” a entenderem que não importa como viva a vida, seja de forma santa ou profana, quem sabe a que está predestinado é somente Deus, Ele mesmo por seus meios o trará de volta se for para salvação. Por outro lado se levarmos o Luteranismo ao pé da letra podemos também ser interpretados como quem apóia crentes carnais, tais como vemos ultimamente, os quais entendem que basta ter fé, independente das obras boas ou más, não importando se quem lhes são os exemplos a serem seguidos são o mundo (a mídia, a moda, os prazeres) ou os homens bíblicos registrados nas escrituras.
Portanto ao meu ver, tomar partido para Calvinismo ou Luteranismo não traz edificação alguma, já que não altera a conduta de um verdadeiro cristão e nem priorizam as evidências da conversão.



“Não sou Calvinista, Luterano...,sou de Cristo”

                                                     


Por Marcos Silva

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