por
Rodrigo Cardoso
De Angra dos Reis, local escolhido para curtir 15
dias de férias em meio a passeios de lancha e banho de mar próximo às ilhas da
região, o carioca Silas Malafaia, 54 anos, pregou a orelha no celular e, por
quase duas horas, abriu o verbo. O líder da Assembleia de Deus Vitória em
Cristo estava bravo depois de ser apontado pela revista americana “Forbes” como
o terceiro pastor evangélico mais rico do País, com um patrimônio avaliado em
aproximadamente R$ 300 milhões. Ele pretende acionar judicialmente a publicação
e provar que a sua renda pessoal não chega a 2,5% do valor publicado. Um dos
mais antigos tele-evangelistas do País, Malafaia é um ex-conferencista que se
tornou pastor há apenas dois anos e meio e já administra 120 templos pelo
Brasil. Nascido em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, casado há 32 anos e pai de
três filhos, o sacerdote conta que a maior oferta que um fiel deu em sua igreja
foi de R$ 2 milhões e a sua editora fatura R$ 45 milhões por ano. É dele,
ainda, a voz mais estridente contra o projeto de lei que criminaliza a
homofobia.
"Tenho
um avião da Associação Vitória em Cristo que coloquei à venda.
Paguei R$ 6,6 milhões, mas é dispendioso. Vale R$ 2,6 milhões"
Istoé -De
onde vem o patrimônio?
Silas
Malafaia - Da
renda de venda de livros, de conferências, da minha editora (Editora Central
Gospel), que fatura R$ 45 milhões por ano. Aí, a “Forbes” divulgar que o meu
patrimônio pessoal é de R$ 300 milhões é uma sacanagem para dizer que pastor
apanhou dinheiro dos otários. Que pastor é milionário porque tem um bando de
babaca de quem ele toma dinheiro. Mas eu não vou tolerar isso.
Istoé
- O que vai fazer?
Silas Malafaia - Vou ganhar dinheiro dos
americanos (da “Forbes”) lá na América, vou processá-los lá. A “Forbes” cometeu
um equívoco grosseiro ao dizer que os dados são do Ministério Público e da
Polícia Federal. Os dois órgãos não têm autoridade legal para passar dados de
ninguém. Tentaram somar a arrecadação da Associação Vitória em Cristo, que não
é minha, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que não é minha, e da
editora. Mas, se eu juntar os três, a arrecadação chega à metade do que
disseram. Foi uma campanha sacana com subjetividade muito malandra. Ri quando
vi a lista. Porque eu ter mais recursos que o R. R. Soares (da Igreja
Internacional da Graça de Deus) é uma sacanagem com o R. R.
Istoé
- O sr. é acusado até por evangélicos de vender bênçãos.
Silas
Malafaia - Quem
pensa assim é um estúpido! Acha que eu sou criança para vender bênçãos, rapaz!
O que eu faço, e é bíblico, é liberar uma palavra profética.
Istoé
- Arrecadar oferta por meio de máquina de cartão de débito e crédito não é
comércio?
Silas Malafaia - A minha igreja tem desembargador, procurador,
caras com doutorado. Vai dizer que a igreja evangélica só tem babaca,
analfabeto, operário? Hoje a igreja evangélica é o extrato da sociedade: tem
pobre, classe média e rico. Eu ganhei no meu aniversário uma Mercedes-Benz
blindada de R$ 450 mil de um fiel, empresário rico, e não de um imbecil. Um
dia, entro na minha empresa e está lá o carro com um laço em cima. Esse cara é
um babaca que precisou ir à igreja para ficar rico? O cara é dono de uma frota
de mais de 200 caminhões! É tolice achar que na minha igreja, onde tem
desembargador e procurador, o malandro aqui está tomando dinheiro dessa turma.
Eu dei o carro que eu ganhei para a igreja. Foi uma oferta para ajudar na
construção do templo do Rio de Janeiro, uma sede provisória na Penha para seis
mil pessoas sentadas. E repeti três vezes que não pedia para fazerem o
mesmo.
Istoé
- Qual a porcentagem de arrecadação da igreja por meio de cartões?
Silas Malafaia - 60% das ofertas na minha igreja vêm de
cartões, algo entre R$ 25 milhões a R$ 30 milhões.
Istoé
- E, no total, quanto a Vitória em Cristo arrecada de fiéis por ano?
Silas
Malafaia - No
ano passado, uns R$ 50 milhões. O R. R. Soares e o Valdemiro (Santiago, líder
da Igreja Mundial do Poder de Deus) devem arrecadar R$ 600 milhões de oferta e
dízimo. A Universal do Reino de Deus uns R$ 2 bilhões.
Istoé
- Qual a maior oferta que já recebeu?
Silas Malafaia - Duas vezes por ano fazemos
campanhas especiais por objetivos específicos. E peço ofertas assim: “Quem sabe
aqui vou ter um irmão que vai dar uma oferta acima de R$ 100 mil, R$ 10 mil,
acima de R$ 1 mil, R$ 500, acima de R$ 100 e R$ 50. No resto do ano as ofertas
são normais. A maior oferta que recebi de um fiel, um empresário, foi de R$ 2
milhões, em 2011.
Istoé
- O sr. dirige o próprio carro, pega fila em banco, faz compra em
supermercado?
Silas
Malafaia - Eu
dirijo. Por muito tempo era eu quem fazia compra no mercado. Hoje, não mais.
Não sei o que é pegar uma fila de banco há uns dez anos. E não me faz falta.
Mas tenho pegado fila em aeroporto. Tenho um avião executivo da Associação
(Vitória em Cristo) que coloquei à venda faz seis meses porque é dispendioso
para o que eu faço. É um avião grande (um Gulfstream, modelo G-III, ano 1986),
para 11 pessoas, dá para ficar de pé nele. Paguei R$ 6,6 milhões em 2010 e,
hoje, ele vale R$ 2,6 milhões. Tomei prejuízo. Quero um jato com custos de
manutenção e operacionais mais baixos, para seis, sete passageiros. Avião é uma
ferramenta que utilizo até seis dias por semana.
Istoé
- Por que não tem templos fora do Brasil?
Silas Malafaia - Com o mesmo montante de dinheiro com que
inauguro dez igrejas o Valdemiro abre 70. É o estilo da igreja dele. Essas
igrejas, do (Edir) Macedo (da Universal), Valdemiro e R.R. (Soares) são
rotativas. Muita gente as procura para uma demanda, uma necessidade de momento.
Na minha igreja, não. Aqui, o cara é fincado como um membro. O meu crescimento
é mais consistente. Abri uma igreja em Curitiba para três mil pessoas sentadas.
Aluguei a propriedade, mas gastamos lá R$ 7 milhões. Minhas igrejas são lindas,
clean, nada luxuosas, mas hiperconfortáveis, com cadeiras, som, de primeira linha.
Na igreja que estou fazendo na Penha, no Rio, vamos gastar R$ 12 milhões em
obras. Esses caras abrem um salão e gastam com som, cadeira, uma pinturazinha,
um conserto no banheiro, às vezes um ar-condicionado, uns 300 mil contos,
irmão! Meu mundo é outro, mas chego lá.
Istoé - O sr. já presenciou um beijo de duas
pessoas do mesmo sexo?
Silas
Malafaia - Sim,
em shopping. Senti repulsa. Deus fez macho e fêmea. Não conheço ordem
cromossômica, hormônios ou sexo de homossexual. É um comportamento que não
aceito e é um direito meu. E não aceitar não significa que quero destruir
aquela pessoa. Na igreja, homossexualismo é pecado, como adultério e
prostituição. Uma pesquisa americana mostra que 46% dos gays foram abusados ou
violentados quando eram crianças ou adolescentes. Então, como é que o cara
nasce gay? Não estou aqui para proibir ninguém de ser gay. Não quero é que o
meu direito de me manifestar sobre o homossexualismo seja impedido. E o
ativismo gay não suporta o contraditório.
Istoé - Quem o orientou sobre sexo?
Silas
Malafaia - A
minha mãe. Meu pai é oficial da reserva, ex-combatente da Marinha, um cara
reservado, sério. E minha mãe, pedagoga, psicóloga. Mas na igreja se aprende
desde cedo sobre esses assuntos. Coisas como “você é homem, tem de se
relacionar com uma menina, mas tem a hora certa, sexo só depois de casar...”
Isso tudo que a “Bíblia” apresenta como regra para o cristão é ensinado desde
cedo. Comecei a namorar a minha atual esposa com 14 anos. Ela tem um ano a
menos. Casei com 21. Ela é minha primeira e única namorada. Eu casei virgem e
ela também. Somos casados há 32 anos. Hoje, porém, chega na igreja garoto e
garota com 16 anos com mais hora de cama do que piloto de Jumbo de voo.
Istoé
- Por que a pressão dos evangélicos é tão grande para que o projeto de lei
que trata da questão dos direitos dos homossexuais não passe no Senado?
Silas
Malafaia - Os
ativistas gays querem uma lei para calar qualquer um que fale contra a prática
homossexual. Há uma diferença entre condenar uma conduta e discriminar uma
pessoa. Eles é que têm medo da crítica por não ter convicção do que são.
Porque, quando você tem convicção do que é, você discute. No Brasil, você pode
criticar padre, pastor, jornalista, mas se criticar gay é ho-mo-fó-bi-co! O sindicato
gay, que mama na teta e sobrevive de grana de governo e de estatais, diz ser
homofobia quando alguém fala contra eles. Os evangélicos estão decidindo
eleição. O pau está cantando e não vai ter moleza. Nessa questão de direitos
dos homossexuais em que estamos batendo desde 2006, deputado e senador que
votar pela aprovação do projeto vai dançar!
Istoé - Por que os sacerdotes católicos não
criticam abertamente o projeto?
Silas
Malafaia - Existem
pedófilos e homossexuais na igreja evangélica? Claro que sim. Mas só por isso
não posso falar sobre pedofilia e homossexualidade? Acho de uma covardia e
omissão uma instituição tão poderosa, com tanto acesso à mídia como a Igreja
Católica, se calar tanto. Ou então a maioria dos padres é homossexual – e aí
tem de ficar calada mesmo.
Istoé
- O deputado federal e homossexual Jean Wyllys (PSOL-RJ) virou uma grande
liderança.
Silas Malafaia - Ele teve 16 mil votos e só foi eleito
deputado porque estava pendurado no Chico Alencar, que teve 220 mil votos,
irmão! Com todo respeito, ele só tem essa voz toda porque é gay. Se não fosse,
seria um zero à esquerda. Acha outro no Congresso com 16 mil votos que tenha
representatividade para falar! Pô, o meu irmão (Samuel Malafaia) foi eleito
deputado estadual com 135 mil votos! Se (Wyllys) não fosse gay, não estaria com
essa banca toda.
Istoé
- Usa segurança particular?
Silas Malafaia - Passei a andar com segurança faz um ano por
causa de ameaças. Depois que comecei o enfrentamento ao ativismo gay, em 2008,
passei a receber ameaças de morte. Eu não ligava, no começo. Uma vez, em um
aeroporto, um sujeito quase me agrediu. E, continuadamente, por e-mail,
Twitter, telefone, me ameaçavam. Nunca gostei de segurança, é horroroso. Mas
precisei me precaver. Se vierem, vão encontrar quatro caras com muita
disposição. Não vou tomar tapa de gay em aeroporto e nem em shopping, irmão,
porque vai ficar ruim para mim!
"Tenho
um avião da Associação Vitória em Cristo que coloquei à venda.
Paguei R$ 6,6 milhões, mas é dispendioso. Vale R$ 2,6 milhões"
Istoé -De
onde vem o patrimônio?
Silas
Malafaia - Da
renda de venda de livros, de conferências, da minha editora (Editora Central
Gospel), que fatura R$ 45 milhões por ano. Aí, a “Forbes” divulgar que o meu
patrimônio pessoal é de R$ 300 milhões é uma sacanagem para dizer que pastor
apanhou dinheiro dos otários. Que pastor é milionário porque tem um bando de
babaca de quem ele toma dinheiro. Mas eu não vou tolerar isso.
Istoé
- O que vai fazer?
Silas Malafaia - Vou ganhar dinheiro dos
americanos (da “Forbes”) lá na América, vou processá-los lá. A “Forbes” cometeu
um equívoco grosseiro ao dizer que os dados são do Ministério Público e da
Polícia Federal. Os dois órgãos não têm autoridade legal para passar dados de
ninguém. Tentaram somar a arrecadação da Associação Vitória em Cristo, que não
é minha, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, que não é minha, e da
editora. Mas, se eu juntar os três, a arrecadação chega à metade do que
disseram. Foi uma campanha sacana com subjetividade muito malandra. Ri quando
vi a lista. Porque eu ter mais recursos que o R. R. Soares (da Igreja
Internacional da Graça de Deus) é uma sacanagem com o R. R.
Istoé
- O sr. é acusado até por evangélicos de vender bênçãos.
Silas
Malafaia - Quem
pensa assim é um estúpido! Acha que eu sou criança para vender bênçãos, rapaz!
O que eu faço, e é bíblico, é liberar uma palavra profética.
Istoé
- Arrecadar oferta por meio de máquina de cartão de débito e crédito não é
comércio?
Silas Malafaia - A minha igreja tem desembargador, procurador,
caras com doutorado. Vai dizer que a igreja evangélica só tem babaca,
analfabeto, operário? Hoje a igreja evangélica é o extrato da sociedade: tem
pobre, classe média e rico. Eu ganhei no meu aniversário uma Mercedes-Benz
blindada de R$ 450 mil de um fiel, empresário rico, e não de um imbecil. Um
dia, entro na minha empresa e está lá o carro com um laço em cima. Esse cara é
um babaca que precisou ir à igreja para ficar rico? O cara é dono de uma frota
de mais de 200 caminhões! É tolice achar que na minha igreja, onde tem
desembargador e procurador, o malandro aqui está tomando dinheiro dessa turma.
Eu dei o carro que eu ganhei para a igreja. Foi uma oferta para ajudar na
construção do templo do Rio de Janeiro, uma sede provisória na Penha para seis
mil pessoas sentadas. E repeti três vezes que não pedia para fazerem o
mesmo.
Istoé
- Qual a porcentagem de arrecadação da igreja por meio de cartões?
Silas Malafaia - 60% das ofertas na minha igreja vêm de
cartões, algo entre R$ 25 milhões a R$ 30 milhões.
Istoé
- E, no total, quanto a Vitória em Cristo arrecada de fiéis por ano?
Silas
Malafaia - No
ano passado, uns R$ 50 milhões. O R. R. Soares e o Valdemiro (Santiago, líder
da Igreja Mundial do Poder de Deus) devem arrecadar R$ 600 milhões de oferta e
dízimo. A Universal do Reino de Deus uns R$ 2 bilhões.
Istoé
- Qual a maior oferta que já recebeu?
Silas Malafaia - Duas vezes por ano fazemos
campanhas especiais por objetivos específicos. E peço ofertas assim: “Quem sabe
aqui vou ter um irmão que vai dar uma oferta acima de R$ 100 mil, R$ 10 mil,
acima de R$ 1 mil, R$ 500, acima de R$ 100 e R$ 50. No resto do ano as ofertas
são normais. A maior oferta que recebi de um fiel, um empresário, foi de R$ 2
milhões, em 2011.
Istoé
- O sr. dirige o próprio carro, pega fila em banco, faz compra em
supermercado?
Silas
Malafaia - Eu
dirijo. Por muito tempo era eu quem fazia compra no mercado. Hoje, não mais.
Não sei o que é pegar uma fila de banco há uns dez anos. E não me faz falta.
Mas tenho pegado fila em aeroporto. Tenho um avião executivo da Associação
(Vitória em Cristo) que coloquei à venda faz seis meses porque é dispendioso
para o que eu faço. É um avião grande (um Gulfstream, modelo G-III, ano 1986),
para 11 pessoas, dá para ficar de pé nele. Paguei R$ 6,6 milhões em 2010 e,
hoje, ele vale R$ 2,6 milhões. Tomei prejuízo. Quero um jato com custos de
manutenção e operacionais mais baixos, para seis, sete passageiros. Avião é uma
ferramenta que utilizo até seis dias por semana.
Istoé
- Por que não tem templos fora do Brasil?
Silas Malafaia - Com o mesmo montante de dinheiro com que
inauguro dez igrejas o Valdemiro abre 70. É o estilo da igreja dele. Essas
igrejas, do (Edir) Macedo (da Universal), Valdemiro e R.R. (Soares) são
rotativas. Muita gente as procura para uma demanda, uma necessidade de momento.
Na minha igreja, não. Aqui, o cara é fincado como um membro. O meu crescimento
é mais consistente. Abri uma igreja em Curitiba para três mil pessoas sentadas.
Aluguei a propriedade, mas gastamos lá R$ 7 milhões. Minhas igrejas são lindas,
clean, nada luxuosas, mas hiperconfortáveis, com cadeiras, som, de primeira linha.
Na igreja que estou fazendo na Penha, no Rio, vamos gastar R$ 12 milhões em
obras. Esses caras abrem um salão e gastam com som, cadeira, uma pinturazinha,
um conserto no banheiro, às vezes um ar-condicionado, uns 300 mil contos,
irmão! Meu mundo é outro, mas chego lá.
Istoé - O sr. já presenciou um beijo de duas
pessoas do mesmo sexo?
Silas
Malafaia - Sim,
em shopping. Senti repulsa. Deus fez macho e fêmea. Não conheço ordem
cromossômica, hormônios ou sexo de homossexual. É um comportamento que não
aceito e é um direito meu. E não aceitar não significa que quero destruir
aquela pessoa. Na igreja, homossexualismo é pecado, como adultério e
prostituição. Uma pesquisa americana mostra que 46% dos gays foram abusados ou
violentados quando eram crianças ou adolescentes. Então, como é que o cara
nasce gay? Não estou aqui para proibir ninguém de ser gay. Não quero é que o
meu direito de me manifestar sobre o homossexualismo seja impedido. E o
ativismo gay não suporta o contraditório.
Istoé - Quem o orientou sobre sexo?
Silas
Malafaia - A
minha mãe. Meu pai é oficial da reserva, ex-combatente da Marinha, um cara
reservado, sério. E minha mãe, pedagoga, psicóloga. Mas na igreja se aprende
desde cedo sobre esses assuntos. Coisas como “você é homem, tem de se
relacionar com uma menina, mas tem a hora certa, sexo só depois de casar...”
Isso tudo que a “Bíblia” apresenta como regra para o cristão é ensinado desde
cedo. Comecei a namorar a minha atual esposa com 14 anos. Ela tem um ano a
menos. Casei com 21. Ela é minha primeira e única namorada. Eu casei virgem e
ela também. Somos casados há 32 anos. Hoje, porém, chega na igreja garoto e
garota com 16 anos com mais hora de cama do que piloto de Jumbo de voo.
Istoé
- Por que a pressão dos evangélicos é tão grande para que o projeto de lei
que trata da questão dos direitos dos homossexuais não passe no Senado?
Silas
Malafaia - Os
ativistas gays querem uma lei para calar qualquer um que fale contra a prática
homossexual. Há uma diferença entre condenar uma conduta e discriminar uma
pessoa. Eles é que têm medo da crítica por não ter convicção do que são.
Porque, quando você tem convicção do que é, você discute. No Brasil, você pode
criticar padre, pastor, jornalista, mas se criticar gay é ho-mo-fó-bi-co! O sindicato
gay, que mama na teta e sobrevive de grana de governo e de estatais, diz ser
homofobia quando alguém fala contra eles. Os evangélicos estão decidindo
eleição. O pau está cantando e não vai ter moleza. Nessa questão de direitos
dos homossexuais em que estamos batendo desde 2006, deputado e senador que
votar pela aprovação do projeto vai dançar!
Istoé - Por que os sacerdotes católicos não
criticam abertamente o projeto?
Silas
Malafaia - Existem
pedófilos e homossexuais na igreja evangélica? Claro que sim. Mas só por isso
não posso falar sobre pedofilia e homossexualidade? Acho de uma covardia e
omissão uma instituição tão poderosa, com tanto acesso à mídia como a Igreja
Católica, se calar tanto. Ou então a maioria dos padres é homossexual – e aí
tem de ficar calada mesmo.
Istoé
- O deputado federal e homossexual Jean Wyllys (PSOL-RJ) virou uma grande
liderança.
Silas Malafaia - Ele teve 16 mil votos e só foi eleito
deputado porque estava pendurado no Chico Alencar, que teve 220 mil votos,
irmão! Com todo respeito, ele só tem essa voz toda porque é gay. Se não fosse,
seria um zero à esquerda. Acha outro no Congresso com 16 mil votos que tenha
representatividade para falar! Pô, o meu irmão (Samuel Malafaia) foi eleito
deputado estadual com 135 mil votos! Se (Wyllys) não fosse gay, não estaria com
essa banca toda.
Istoé
- Usa segurança particular?
Silas Malafaia - Passei a andar com segurança faz um ano por
causa de ameaças. Depois que comecei o enfrentamento ao ativismo gay, em 2008,
passei a receber ameaças de morte. Eu não ligava, no começo. Uma vez, em um
aeroporto, um sujeito quase me agrediu. E, continuadamente, por e-mail,
Twitter, telefone, me ameaçavam. Nunca gostei de segurança, é horroroso. Mas
precisei me precaver. Se vierem, vão encontrar quatro caras com muita
disposição. Não vou tomar tapa de gay em aeroporto e nem em shopping, irmão,
porque vai ficar ruim para mim!